Nossa vida só tem sentido quando louvamos o Senhor!
Vamos começar com Isaías 35, 1-7.
A palavra penetra em nosso ser, em nossas entranhas e vai até as nossas
medulas.
Deixemos essa palavra penetrar em todo o nosso ser.
A palavra diz tomai ânimo não temais, eis o vosso Deus!
Esse é um texto messiânico, se refere ao Messias, a Cristo, sua vinda, sua
chegada, sua presença.
Na vinda de Cristo, onde está seco vai brotar água, o coxo vai andar, o surdo
ouvir, o mudo falar, já indicando que a presença de Cristo provoca
transformação.
Se queremos tomar ânimo força na nossa existência é preciso encontrar o
Messias.
É preciso encontrar ânimo para essa realidade, essa condição que o profeta
nos fala, é isso que o texto nos fala, a aridez, a sede, esse é o retrato do povo,
da situação que essa gente se encontrava.
Na prática esse povo vivia com problemas no emocional.
Nós estamos emocionalmente doentes, na aridez, na secura.
Se olharmos para nós mesmos vamos perceber que estamos doentes do
nosso equilíbrio emocional.
Estamos vivendo uma fase onde as pessoas estão agressivas. As pessoas não
discutem ideias, rebatem com agressividade.
Na era das redes sociais contemplamos agressividade, estamos feridos por
ideologias, doentes.
As pessoas não se contentam em torcer para um time, tem que agredir o outro
time. Não se contentam em ter uma ideologia política, tem que agredir o outro
partido.
Nunca estivemos tão divididos, agressivos.
Estamos agressivos no trânsito, não podemos olhar para o outro, que o outro já
vem com uma agressividade.

Ficamos feridos se não somos convidados para um aniversário. Precisamos de
oração de libertação de oração de cura. Temos a necessidade de uma oração
na direção do emocional do ser humano.
Estamos sensíveis demais, por isso nos agredimos.
Nessa reflexão vejo que, quando estamos no estado de coxo, surdos, aleijados
principalmente no emocional que nos faz ser agressivos, superficiais na vida de
oração, não conseguimos meditar, descansar no Senhor, aí surge essa
necessidade de nos curar desse estado de cego, surdo, árido, agressivo.
Somente um tratamento que penetre nas entranhas do ser humano pode curar
de fato, tirar desse estado que estamos, com a lepra da alma.
A afetividade está doente, muitas pessoas nasceram feridas, outras se feriram
pelo caminho.
O caminho é feito de dor, com feridas na alma, que determinam toda a
dinâmica da ferida. Se assemelham a lepra, se não tratadas corroem toda a
pessoa, não são feridas visíveis aos olhos, são feridas internas, do coração.
Podem se tornar crônicas, ou necrosar a alma.
Uma pessoa agressiva é profundamente ferida, chata, carente, que chama
atenção, pode ser até insuportável. Quando encontramos uma pessoa
agressiva ou nos comportamos com uma, é porque estamos agredidos no
emocional. As pessoas feridas estão nas desgraças da sociedade.
As pessoas estão cegas, surdas, coxas, mudas, áridas. Mas a presença do
Messias, do Cristo transforma essa realidade, traz uma fonte de cura, faz o
coxo saltar. Somente o encontro da experiência com Jesus transforma essa
realidade;
Os coxos, leprosos, pecadores que encontraram com Jesus, saíram com a vida
transformada.
Somente nesse encontro com Jesus, o mergulhar em águas profundas é que
esse quadro se transformará. O único que pode curar é Jesus.
Almas feridas geram famílias feridas, geram exército de predadores da própria
raça, nos destruímos uns aos outros.
Todos os dias matanças, violência, predadores de nossa própria raça, por
estarmos feridos, emocionalmente doentes.
Nos tornamos predadores através de nossas misérias, pela inveja, ciúme, ódio,
raiva, vingança, o que nos desune, nos torna adversários, inimigos.
Nos fragilizamos, nos tornamos vítimas da droga e de outros vícios.
O corpo fragilizado dá espaço para mazelas, desgraças, doenças espirituais.
O diabo anda ao redor como um leão feroz pronto para atacar, mas se não
permitimos as doenças, ele não encontra oportunidade para nos atacar.

Ele encontra na fragilidade do organismo num organismo fragilizado, um
ambiente propício.
Se permitirmos o demônios também encontram um ambiente favorável para
agir na nossa vida.
O caminho é a cura interior. Muita gente busca libertação, milagres, mas não
teremos libertação se não nos curarmos as feridas interna, de nosso
emocional. Não se pode pôr vinho novo em odres velhos. Não se atira pérolas
aos porcos. O humano ferido não pode receber a pérola, o vinho novo.
Clamamos milagre, mas nos esquecemos de curar o emocional. Queremos
vinho novo mas não queremos suportar a fermentação do vinho, estamos
feridos, trincados.
O caminho é a cura da alma, cura interior, devemos buscar ajuda do Espírito
Santo, para que as feridas sejam cauterizadas.
A oração de cura interior nem é aceita por toda a igreja, mas é uma
necessidade. Cure o interior da pessoa e teremos uma sociedade equilibrada,
sadia.
Todos os dias se constrói e aumenta presídios.
Como curar e libertar essas pessoas se não se trabalha o interior da pessoa?
Queremos curar a doença tomando remédio para febre.
O resultado desse projeto infeccioso é barbárie que mata, divide, faz nos
agressivos, ásperos, invejosos, envenenamos a vida do outro.
O sistema carcerário se tornou um leprosário grave que contagia.
Como as feridas são da alma não existe ressocialização. Muitos que saem dos
presídios já saem roubando, matando. Não se cura o interior curando febre. A
cura está no interior.
A ressocialização só é possível com a cura interior, a cura está na igreja, mas
como o estado é laico, a barbárie vem dizimar a humanidade.
Temos que parar de querer curar a febre, se continuarmos em odres velhos
vamos perder o vinho novo.
Queremos milagres, prodígios, benção. Mas estamos em condições de receber
a benção?
Se não curar interiormente a pessoas elas não servem, não se engajam e não
curam interiormente. Só Cristo pode curar esse quadro, e curar cada um de
nós.
Estamos em foco nas benção, prodígios e milagres, mas não estamos em
condições de acolher esses milagres.
Jesus quer curar, mas não deixamos Ele agir nas feridas, curar as infecções.

Só Ele pode penetrar nas nossas medulas, curar as infecções para que
desapareçam as febres.
Queremos que nossa família vá para a igreja, mas se eles não tem um
encontro pessoal com Jesus, não vão ser curados.
Esse encontro cura as entranhas humanas e desperta a seguir onde Ele vai.
Só um encontro com Jesus dá um sentido existencial a vida.
O sentido da existência humana, está escondida em Cristo, o brilho, o prazer
de viver, o sentido está em Cristo, com Cristo. O prazer de encontrar o Senhor,
a presença do amado dá sentido ao viver.
Não vivemos sem Ele, só conseguimos amar se encontramos com Cristo.
Sem a presença do Amado não existe sentido de vida, não prazer em viver.
A ausência do Cristo que cura a alma dá vazio. Só em Jesus há sentido.
Só Jesus cura o doente, o coxo, faz o carente ser amado.
Nossa oração precisa ser reprogramada para que seja uma oração que nos
leva a ter uma presença do Cristo.
A oração deve ser a experiência da montanha da transfiguração, para não
querer sair da presença de Cristo.
Uma presença, um encontro profundo com o Senhor, arrebata a alma humana.
Só Deus basta. A presença do Mestre deixa a pessoa embasbacada, tomada
da presença do Senhor.
Essa proximidade dos santos com Jesus, deixava eles arrebatados na
intimidade com Cristo.
Nossa Senhora teve uma experiência com o céu que a fez sair e servir Isabel.
Quanto mais faço experiência com Cristo, mais sou impulsionado a ir ao
encontro com o outro e ajudar o outro.
Nossas obras são verdadeiras quando nos desdobramos em movimento, em
direção ao outro.
O encontro do humano para se divinizar pelo Divino.
Toda a experiência de cura do homem em ser instrumento de benção na
sociedade.
Para servir o outro precisamos passar pela cura interior, do emocional. Somos
agressivos porque nossas feridas sangram. Atrás dos fortes, dos violentos, dos
agressivos tem uma pessoa ferida, fragilizada.
Muitos na história são agressivos, pessoas feridas, fragilizadas, carentes em
conflito consigo mesmos.

Atrás dos sequestradores, ladrões, traficantes, estão pessoas feridas.
Não é só buscando oração de cura, buscando milagres, benção que seremos
curados. É buscando a cura interior que seremos curados.
Devemos fazer um detox espiritual, nossos espíritos estão intoxicados.
Devemos trabalhar a alma ferida, intoxicada.
Jesus tocava nas pessoas e elas ficavam curadas.
Sem a restauração interior, não há ânimo, coragem, ousadia.
Boa parte de nós está envelhecida, enrugada antes do tempo.
Os olhos são a lâmpada do corpo, o rosto é o espelho da alma. Se olharmos o
rosto das pessoas parece que o sangue está escorrendo, de tanto que as
pessoas estão feridas por dentro.
As pessoas estão doentes, e esquecem de receber oração por causa de rezar
pelo outro e não por si.
O sofrimento não é seu, é das pessoas. A pessoa fica o tempo todo desfocada,
não reza pra si.
Se você não se cuida como vai orar pela cura do outro? Como um doente vai
ficar pedindo a cura do outro? Médico, cura-te a ti mesmo.
Isso se aplica a nós e ao outro. Pedimos a cura do outro, mas precisamos da
nossa cura e conversão. Não podemos descuidar de nós mesmos.
Estamos o tempo todo preocupado com o outro e não cuidamos de nós
mesmos. Se cure e você terá uma família curada, uma sociedade curada.
Precisamos curar a nós, depois pensar na cura do outro. Se sou luz, transmito
luz ao outro.
Não podemos ser mais ou menos, dizer isso é uma maldição. Não podemos
dizer que vamos levando como Deus quer, nem tudo é como Deus quer.
Muitos problemas de nossa vida são condição de salvação, por isso a cura
interior deve levar a salvação.
Sem sofrimento não há conversão, quando as coisas apertam nós rezamos
mais. Se não tivéssemos problemas não rezaríamos.
Os santos fizeram do sofrimento uma máquina transformadora, uma escada
para o céu.
Quem entende o sofrimento sabe que é uma participação na paixão de Jesus,
é sentir um espinho da cora de Cristo, se sentir digno de participar da paixão
de Cristo.
Precisamos nos curar para não nos tornar antipáticos, azedos. Não adianta
brigar, com os ignorantes, temos que trabalhar a cura interior.

A cura interior passa pela ação de Deus, mas temos que mudar o foco, parar
de só querer a benção.


Pregação Padre Vanilson Silva – Comunidade Filhos de Rosa Mística
Texto por Ainara Veloso
Ministério de Comunicação Social – RCC-DF

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